domingo, 31 de maio de 2015

Estágio

Eu estou a realizar um estágio desde a passada semana que é necessário para a minha aprovação no curso que estou a fazer. Este pequeno estágio com 3 ou 4 semanas será numa empresa que presta serviços aos seus clientes. Durante este período vou estar a acompanhar vários colaboradores da empresa a visitar os seus clientes. O serviço prestado aos clientes passa pela análise das instalações, por vezes são efectuadas medições com vista a avaliar determinados parâmetros. Esta área de trabalho tem bastantes aspectos interessantes, mas requer também bastante estudo e atenção, principalmente atenção a certos pormenores que possam ter implicações legais na área da segurança laboral.
Nestes últimos dias eu tenho sentido algum entusiasmado com esta experiência de entender e interiorizar os vários aspectos e procedimentos da empresa onde estou a realizar este estágio, mas acabo por começar a sentir alguma da pressão acumulada nos últimos tempos relativamente ao fato de ter que encontrar uma fonte de rendimento. Eu percebo que não tenho conseguido retribuir o esforço e confiança que a minha família deposita em mim. Eu vejo que será importante para mim ter a responsabilidade de estar a trabalhar e ter um rendimento, pôr em prática as minhas competências que eu posso desenvolver. Eu vejo que é cada vez mais necessário ser-se competente, fazer a diferença de alguma forma para conseguir ser bem-sucedido a nível profissional. Eu acabei por não ter conseguido acompanhar toda esta realidade social, sentindo algum receio de começar a ficar ultrapassado ao ponto de me conseguir colocar na realidade profissional.  
Eu perdoo-me por ter aceitado e permitido a mim mesmo recear ver-me a ficar ultrapassado por outras pessoas mais novas do que eu ao ponto de não ter oportunidade de começar a trabalhar e obter um rendimento;
Eu perdoo-me por ter aceitado e permitido a mim mesmo comparar-me a outras pessoas que são bem-sucedidas especialmente a nível profissional, percebendo-me ser inferior ou menos do que alguém que trabalha;
Eu perdoo-me por ter aceitado e permitido a mim mesmo querer encontrar um sentido e direcção para a minha vida, pois neste momento não consigo perceber se de fato a minhas acções e escolhas fazem sentido;
Eu perdoo-me por ter aceitado e permitido a mim mesmo sentir a angústia de não conseguir retribuir o esforço e confiança que a minha família deposita em mim, nomeadamente obtendo um rendimento que me permita ser mais auto-suficiente.
Quando e assim que eu me veja a comparar-me a outras pessoas que são bem-sucedidas a nível profissional, percebendo-me inferior, eu paro e respiro.
Quando e assim que eu me veja a sentir a angústia de não conseguir retribuir o esforço e confiança que a minha família deposita em mim, eu paro e respiro. Eu apercebo-me que a melhor forma de retribuir a confiança e apoio da minha família é dar também o meu melhor em cada momento.   

Eu comprometo-me a direccionar as minhas acções e decisões para o que for melhor para mim e para todos na minha vida.

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